No cerrado brasileiro, capim é usado pra criar peças de artesanato

Provavelmente, o capim colonião chegou ao Brasil pelos navios de escravos vindos da África. Hoje, Ele está em várias regiões do país com clima tropical ou subtropical, nas beiras de estrada, mas também pode ser cultivado no quintal de casa. Agora, mulheres de uma comunidade rural perto de Brasília estão aprendendo a mexer com o capim que vale ouro.

De acordo com o veterinário da Emater Osvaldo Ribeiro, o capim perde muito valor nutritivo durante os meses de abril, maio e junho, por isso, não poderia ser utilizado para alimentação do gado.

O artesão João Gomes da Silva aprendeu o ofício quando ainda era adolescente. Desenvolveu mais de 50 tramas com o capim, que pode virar bijuteria ou artigos de decoração. Ele explica que as peças podem durar até 20 anos e são vendidas a preços que variam de dez até 500 reais. “Eu acredito que quando eu desenvolvi a primeira peça, eu já tinha uma visão que seria lucrativo porque você vai no cerrado, você tira sua matéria-prima, você tem a encomenda, você vai lá coleta, faz o seu trabalho e capta o seu dinheiro. Então é melhor que qualquer outro tipo de artesanato”, afirma.

O baixo custo de produção motivou o João a ensinar essas mulheres da comunidade rural de Chapadinha, a 50 km da capital federal. A parceria da associação das donas de casa com o Senar e a Emater já rendeu frutos: 15 mulheres foram capacitadas e vão até expor as peças em um evento de decoração realizado em Brasilia no fim do ano.

O artesanato com o capim colonião significa mais do que renda pra família que vive no campo. A Raimunda Sabino já sofreu 4 derrames, tem a locomoção comprometida e sofre com a dormência nas mãos. O exercício pra fazer as peças está servindo também como uma terapia. “Você vai mexendo muito com essas coisas, vai trabalhando a mente e as mãos”, conta.

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Noticia retirada do site Canal Rural

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